Publicado por Daniela Araujo
Publicado a Junho 25, 2020
A desigualdade ainda é uma realidade presente na vida dos brasileiros e a publicidade, como está inserida na nossa rotina diária, influencia os nossos comportamentos e a forma como vemos o mundo. Desta forma, o Elifegroup realizou um estudo para perceber como é que a população brasileira é representada pelos principais anunciantes.
Metodologia
De acordo com o ranking Kantar Ibope de 2018, a Elife e a SA365 estudaram a presença dos 20 principais anunciantes do Brasil. Tendo em conta as 20 marcas selecionadas, foram analisados 5.261 posts do ano passado, sendo 3.955 do Facebook e 1.306 do Instagram. A metodologia contou com 7 etapas:
O cálculo das percentagens foi feito com base no número de tags e no número de posts, sendo que alguns posts têm mais do que um grupo representado.
Grupos estudados e categorias analisadas
Considerações
Resultados
As peças foram analisadas considerando as pessoas presentes nas fotos ou nos vídeos. Assim, cada publicação pode retratar mais de um grupo, sendo que a presença percentual em cada grupo foi calculada com base no volume total de publicações analisadas: 5.261.
Comparado ao estudo do ano anterior, os brancos mantêm-se no topo dos mais frequentemente representados, com um crescimento de 8 pontos percentuais. As mulheres mantiveram-se na mesma proporção, enquanto o grupo de negros foi o que o mais perdeu em termos de representatividade, caindo 10 p.p.
Presença na publicidade vs população
Pessoas acima do peso e pessoas com deficiência são os grupos com maior disparidade entre a representação na comunicação digital e a presença média da população. Também os negros, que correspondem a mais de 50% da população brasileira, aparecem apenas em 34% das comunicações.
Num país com 56% de população negra, tivemos apenas 34% de peças com pessoas negras. Isto representa 10 p.p. a menos do que em 2018. A população negra tem um grande potencial económico e movimenta mais de 1 mil biliões de euros a consumir e a empreender, mas ainda é um grupo sub representado na pesquisa.
Os negros aparecem com mais frequência nos seguintes segmentos:
O ideal da juventude
No Brasil, existem mais de 28 milhões de pessoas idosas, sendo que 34% acedem à internet para pesquisar preços, trocar mensagens e partilhar conteúdos. Porém, apenas 2 segmentos do estudo tiveram uma participação significativa de idosos.
Visão estereotipada
A maioria da população brasileira (55%) está acima do peso e apenas 5% das peças tinham presença de pessoas que estão acima do peso. O máximo de representação encontrado foi nos seguintes segmentos:
População LGBTQIA+
A população LBBTQIA+ registou uma queda de 2 p.p., comparado a 2018.
A invisibilidade é notável em todos os segmentos. A presença desta comunidade foi verificada apenas em dois setores:
Pessoas com deficiência e indígenas
Estes dois grupos são praticamente invisíveis. PCDs compõem 24% da população brasileira e os indígenas 1%.
Conclusões gerais
Desafios
Faça o download do estudo completo aqui.