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Como criar experiências de voz extraordinárias com a Alexa?

A principal característica do design de experiências, independentemente de ser para voz ou para tela, é ser um processo cíclico. Por isso, é sempre possível melhorá-lo.
O ciclo de feedback infinito conta com duas grandes fases: inspecionar e adaptar. No design de experiências, estamos nesse processo contínuo de inspeção e adaptação, baseados no feedback dos utilizadores. A melhor maneira de validar uma experiência de voz é testá-la com os utilizadores, inspecionar formalmente essa interação e, com base nos resultados, refinar a experiência até que fique satisfatória. Muito cuidado com o facto de que tudo pode ser melhorado, porque pode cair na tentação de fazer isso infinitamente e cair no paradoxo em que muitos profissionais que desenvolvem softwares acabam por cair: perfeição x tempo.
Fazer algo e entregar sempre vai ser melhor do que ficar num ciclo infinito sem terminar nada. Talvez pergunte a si próprio: mas, e quanto aos utilizadores? Sim, aquelas pessoas que utilizam a sua Skill e que quer agradar com uma experiência incrível. O primeiro passo é  investigar tudo o que pode ser feito com a Alexa.
 

Alexa Skills para iniciantes: Comandos nativos.
A interação com a Alexa começa com comandos de voz. Por exemplo,“ Alexa, conta-me uma piada”. A Alexa tem muitos comandos de voz, desde factos históricos até comandos que podem ativar dispositivos na sua casa inteligente, como “Alexa, acende a luz para mim”, “Alexa, toca um rock português”, “Alexa, acende o forno”, etc. É possível até dizer “Alexa, prepare o meu banho”. Mas lembre-se que só irá funcionar se tiver uma torneira inteligente.
Tenho a certeza que, com a sua criatividade, está a visualizar uma série de ideias para desenvolver, mas espere um pouco. Estes comandos são nativos e manuseados pela equipa da Amazon Alexa.
Para criar os seus próprios comandos, é preciso construir uma Skill. Uma Skill é uma APP de voz que pode ligar aos seus dispositivos Echo. Tenho a certeza que já se está a perguntar: como é que a Alexa diferencia os comandos que são nativos e os que são de Skill?
A Amazon criou um conjunto de comandos que permitem que consiga abrir a Skill. Por isso, tem de escolher uma palavra de lançamento, que também conhecemos como nome de invocação.
Por exemplo: criou uma Skill de jogo e colocou o nome de Trivia do Expert de Software. Sendo assim, eu tenho que usar um comando de voz para que a Alexa reconheça que o que eu quero fazer é abrir a Skill cujo nome é Trivia do Expert de Software. Assim, é possível abrir a APP com o comando de voz e interagir com ele.
 

 
É importante saber que não se abre uma Skill apenas com o comando “Abrir”. Existem outras palavras reservadas que têm exatamente a mesma função: Abrir, Começar, Iniciar, Usar. Pode dizer, por exemplo, “Alexa, abrir poesia urbana” ou “Alexa, iniciar ajudante do Pai Natal”.
Comandos como Poesia Urbana, Ajudante do Pai Natal ou O Meu Livro Favorito são os nomes de invocação das Skills que eu quis abrir. Sendo assim, existem muitos comandos para fazer isso.
Pense que construímos uma Skill chamada Horóscopos Diários. Outra forma de realizar uma invocação é dizer comandos para perguntar ou pedir:
 
“Alexa, pergunte ao Horóscopo Diário sobre Gémeos”
“Alexa, pede ao Horóscopo Diário que me dê o horóscopo de Touro”
“Alexa, mostra-me o horóscopo de touro utilizando o Horóscopo Diário”.
 
O português é tão rico que permite criar frases super complexas usando artigos e preposições. Por isso, o nome de invocação é uma peça chave fundamental para a sua Skill, porque é a forma dos utilizadores  enviarem o comando de voz para abrir a APP.
 
A voz não é uma tela
Se tivéssemos uma máquina do tempo capaz de nos levar a 1980, entenderíamos como o mouse mudou radicalmente a nossa interação com os computadores. Todo o software “bom” tem um tipo de magia que te surpreende. Aquele também não foi uma exceção.
Eu lembro-me de que tinha uma equipa inteira que estava acostumada a enviar comandos através de uma consola. Agora imaginem: chegamos com uma nova transformação utilizando um mouse e janelas. Era muito interessante ver como utilizavam o mouse com as duas mãos, usando uma para direcionar e outra para clicar. Pense no desafio de explicar o duplo click, o click direito, ou a roda de rolagem do mouse. Nos dias de hoje, não nos lembramos mais desse atrito. Ao longo dos anos, o mouse tornou-se num item mágico que nos permite navegar numa tela bidimensional.
Algumas décadas depois, chega um nova transformação: telemóveis com telas sensíveis ao toque. Dispositivos sem botões que te permitem usar os dedos e detetam os rabiscos que  faz na tela. Isso libertou-nos daqueles telemóveis com botões para todos os lados e permitiu que usássemos só um click, duplo click, zoom in e zoom out. Tudo isso só utilizando os dedos.
De uma vez por todas, surgiu um novo paradigma para a interação com o mundo digital e, outra vez, aquele componente mágico de um software tornou-se quotidiano.
 

 
A Amazon acredita que o novo paradigma é a voz. A nova transformação na maneira de interagir com o mundo digital será através da voz. Mas quais são as implicações disso?
Isso afetará a maneira como se projetam produtos e serviços. É muito diferente projetar apenas com áudio e turnos. Compare com uma tela bidimensional que permite ver, ler, e até sentir como eu interajo com o dispositivo.
Quando projeta a sua experiência de voz, deve criar um sentimento. Precisa de criar uma experiência para que o utilizador seja seduzido por um conjunto de sentimentos e sensações que o deixam surpreender com o que a Alexa pode fazer por eles.
 
Rodrigo Oliveira
CRM Elife
 
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